24 de fevereiro de 2011

BODE ASSADO DE ZÉ PELADO











Onde tem mesa, tem histórias.
Sou uma defensora das reuniões ao redor de uma mesa posta. 
Para mim nada substitui a conversa com familiares e amigos ao redor da mesa. 
Nutrimos o corpo, interligamos os nossos pensamentos e afetos enquanto resignificamos as nossas certezas.
Viajamos novamente em fevereiro ao Piauí, especificamente a Marcolândia cidade situada na divisa de Piauí e Pernambuco. Uma parte da cidade fica em Marcolândia(Pi) e a outra parte em Araripina(Pe). Lá é um dos poucos lugares que nos trás a sensação de onipresença porque podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo.
E lá também encontramos mesas, pessoas ao redor das mesas e pessoas que nos servem a mesa. Lá encontramos gente muito especial. Mas nesse texto de hoje vou destacar uma delas que está ligada a nossa atividade comensal.
O nome dele é Zé Pelado (está na segunda foto limpando a mesa). Sim, não errei de nome não! Na verdade a sua casa de alimentação chama-se “ Bode Assado de Zé Pelado - O melhor bode de Araripina”. Fica na BR 316, km 15, em Araripina/PE.
É uma casa temática, cheia de símbolos e objetos próprios da cultura e religiosidade sertaneja: são muitas cabaças penduradas num pé de umbu; muitas plantas regionais; pedras dispostas por todos os recantos nos seus formatos mais diversificados, configurando desenhos e uma decoração belíssima. Além de um lindo santuário dentro do restaurante a competir com um bunner com a foto de Ariano Suassuna, um de seus mais ilustres freqüentadores.
Disso Zé Pelado fala com muito orgulho, seus olhos brilham enquanto fala de Ariano como seu amigo íntimo e mostra as fotos tiradas com ele. Aliás foi o próprio Ariano que o levou a receber quase 30 pessoas “globais” (rede globo de televisão) dentro do seu estabelecimento. Vieram saborear sua comida, lhe entrevistar e filmar. O Zé disse: aqui parecia um estúdio de televisão, sai até na Ana Maria Braga. 
Eita... agente lá fica como quem sonha, é como diz Jessier Quirino em um de seus versos “ dá uma doideira só de olhar”...agente fica com os sentidos alimentados:
  • Os olhos tentando pegar todos os objetos: símbolos e fotos que estão distribuídos no espaço de maneira harmônica traduzindo cuidado, zelo e fé;
  • Os ouvidos a se encherem com a histórias do Zé Pelado que agente não se cansa de ouvir nos levando a refletir em tamanha sabedoria;
  • O paladar que se desmantela com a carne de bode assada como quem tá comendo filé que derrete na boca; a macaxeira frita; o baião; a carne de bode cozida que o tutano escorre pelo queixo; o tomate bem vermelho cortado bem certinhozinho; e pra finalizar aquele doce regional e um baita cafezinho quenttttte!!!!!
  • O tato que se dá ao luxo dentro de um espaço da beleza e da simplicidade de pegar o alimento com as mãos e mandar brasa;
  • E o olfato????hummmmmm!!!!!! Imagine o cheiro dessa comida....embriaga os sentidos todos.
·          E não podemos deixar de falar do coração. Porque é o próprio Zé pelado que vem nos servir na mesa de tábua bem novinha que ele apresenta como sua mais nova aquisição... E pergunta : Querem bode assado ou cozido? E trás os dois... e trás duas vezes... E cada vez que trás conta uma história linda e seus olhos brilham.
E agente não pode deixar de falar do José...filho do Zé....eita menino arretado de bom!....a Zilmara disse assim do José: Tem gente que tem cara de gente boa e esse menino é assim...agente pergunta: Tem cajuína? De que tipo José? ...Ele diz: Espera ai?...e trás os dois tipos e tamanhos pra gente ver e escolher...não tem cardápio não...tem é gente lá que conversa com agente.
BODE ASSADO DO ZÉ PELADO...
NOS VESTE DE AMOR E CUIDADO...
DE SABOR E VIDA...
DE CULTURA E POESIA....
DE SIMPLICIDADE DIANTE DO INUSITADO.
Frase do Zé: “...eu tinha que aproveitar aquele momento (se referindo a presença da globo)...porque eu sabia que era só naquele momento...depois eu tinha os meus amigos sempre ali ...todos os dias....”
Deus nos dê a sabedoria de discernir e aproveitar cada momento de nossa vida como sendo único.

ROSE LIRA

9 de fevereiro de 2011

UM PRÍNCIPE, UMA ROSA E UM BAÓBA.



Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras (Adansonia) são um gênero de árvore com oito espécies, nativas da ilha de Madagascar (o maior centro de diversidade, com seis espécies), do continente africano e da Austrália (com uma espécie em cada).


O baobá é a árvore nacional de Madagascar e o emblema nacional do Senegal. 

É uma árvore que chega a alcançar alturas de 5 a 25m (excepcionalmente 30m), e até 7m de diâmetro do tronco (excepcionalmente 11m). Destaca-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros. 

Alguns têm a fama de terem vários milhares de anos, mas como a sua madeira não produz anéis de crescimento, isso é impossível de ser verificado: poucos botânicos dão crédito a essas reivindicações de idade extrema. 

Em Angola e Moçambique, esta árvore é conhecida por embondeiro, ou imbondeiro. Em certas regiões de Moçambique, o tronco desta árvore é escavado por carpinteiros especializados para servir como cisternas comunitárias. A Mukua ou fruto do baobá, tem no seu interior um miolo seco comestível (não tem sumo), desfaz-se facilmente na boca e o seu sabor é agridoce (adocicado com uma ligeira acidez). Este fruto é rico em vitaminas e minerais e serve para a cura da malária. 

No Brasil existem poucas árvores de Baobá, 

Essas árvores concentram-se principalmente no estado de Pernambuco (onde há 16 catalogados) e, nesse estado, na sua capital, Recife. Um deles, o baobá da Praça da República é a possível fonte de inspiração de Saint Exupéry, quando por ali passou, ao escrever O pequeno príncipe. Outro estado com grande quantidade de baobás é o Rio Grande do Norte. 

No estado do Rio de Janeiro existem cinco exemplares de baobá, em Alagoas existe um exemplar, no Ceará, existe também um exemplar na praça do Passeio Público, na cidade de Fortaleza, e um em Mato Grosso. Em Goiânia existem três Imbondeiros, todos em residências particulares, 

E EM ARARIPINA- PE EXISTE UM EXEMPLAR COM APROXIMADAMENTE 30 ANOS DE IDADE. E È ESTE AÍ DA FOTO!!!! 

Na história, O Pequeno Príncipe de Antoine Saint Exupéry, o menino narra que o solo de seu pequeno asteróide era infestado de sementes de baobá. Preocupado com os possíveis danos que estas plantas pudessem causar quando adultas, após completar a sua toilete matinal, dedicava-se à toilete do asteróide, arrancando regularmente os seus pequenos brotos. 

O amor é assim, como um baóba: frutifica, cura feridas, alimenta, mata a nossa sede, não dá pra contar quantos anos ele vive, raramente se encontra um amor de verdade e precisamos cuidar muito bem dele pra que ele não nos cause danos. 

Um Príncipe, uma Rosa e um Baóba. Uma história de amor. 

Rose Lira

"Os homens em teu planeta cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e não encontram o que procuram...E, no entanto, o que eles procuram poderia ser encontrado numa só rosa, ou num pouco de água. Mas os olhos são cegos. É preciso ver com o coração" 

Saint Exupéry

3 de fevereiro de 2011

COMUNICAR É SE ENVOLVER


Esta montagem é uma "piada", fiz com algumas fotos que tiramos em um passeio a Taíba (praia do Ceará). Ela trás uma mensagem sobre a forma que costumamos conversar uns com os outros.
Falamos tanto, mas ouvimos tão pouco. Ouvimos um montão de coisa e escutamos um "montinho". Falamos e escutamos sem nos inclinar em direção ao outro e outra. É como se as palavras não encontrassem mais pouso em nossa alma.
As vezes me pergunto se foi agente que se perdeu um do outro ou se as palavras perderam-se de nós, banalizaram-se. Ou será que foi as duas coisas???
Não sei se quero resposta ou apenas presença...duas coisas importantes em nossa vida. Mas de uma coisa sei, quero perguntas! Perguntas me impulsionam e me motivam a ir em frente. Quero que as palavras gerem em mim mais que conforto, quero que as palavras me encontrem para que eu possa encontrar comigo mesma.
Encontrar-se consigo mesmo não é fácil, imagine ouvir-se a si mesmo?? Saímos de mansinho fugindo de nossas próprias conversas, torcemos o pescoço e giramos a cabeça, desviamos o tronco numa fuga imprópria e sutil...mas de que adianta? Seja pra que lado for que girarmos lá estaremos nós...diante de nós...nos escutando...falando....perguntando...respondendo...estando presente em nós mesmos.

Estar presente em nós é a prerrogativa pra estarmos presentes com o(a) outro(a). Isso é viver o presente!

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