24 de janeiro de 2015

PAZ NÃO É PAZ-MACEIRA!

Com tanta violência por aí o assunto virou tema do momento. 
Todo mundo com medo, inseguro e caminhando olhando para os lados, para trás, assustados e carentes de proteção.
O que a maioria está esquecendo é olhar para dentro.
O que será que surge diante de você se você soprar o teu estado de espírito?
Eu tiro por mim, tem momentos que estou tão em paz que se eu soprar é capaz de sair uma revoada de passaredo. 
Já tem outros que estou tão agitada, nervosa, irritada, brava mesma, que nem me atreveria a soprar. Não tenho seguro contra incêndio.
A violência é arrotada nem sempre com atitudes físicas, mas pode surgir através de palavras certas vestidas de sentimento errado. 
O olhar ferido que odeia denuncia, e o "não olhar" valida a violência camuflada de indiferença.
O egoísmo vestido de "autoestima", a insegurança que anda no "salto alto", 
a carência humilhante que humilha a quem nega atenção, 
e o desejo de saber 
se a paz que tanto quero posso ter cotidianamente como tenho ou "não tenho" o pão!
 A paz é larva de vulcão. 
É fumaça tragada e expelida em meio a escuridão.
Ela é gerada no âmago, na gênesis mais profunda da alma,,, aparentemente em silêncio adormecido.
Vem do cultivo da força interior diante dos desertos e negação que a vida proporciona.
É fruto da reflexão que urge em meio ao cansaço da luta.
A paz é a certeza que tudo feito está e por isso a mim só cabe trabalhar e acreditar.
Ninguém pode roubar a paz que movimenta-se dentro do outro.
Ela se movimenta no recôndito escondido, inacessível a quem está fora.
Um dia, em um dado momento ela acorda, 
e assim com larva ela se expõe mudando o cenário ao redor. 
A PAZ TÃO RARA É, 
E TÃO SIMPLES SURGE 
QUE CAUSA PERPLEXIDADE EM TODOS QUE A EXPERIMENTAM.
Ela é indefinível, dizemos, eu SENTI uma coisa boa, 
uma PAZ, 
um desejo de quero mais!
 Não estoure seus miolos de tanto pensar, 
nem atrase seu relógio pra tentar o passado mudar.
Massageie suas têmporas, afague sua nuca, abrace a si mesmo, 
troque a fumaça da cabeça por confetes,
se alegre por nada, seja feliz por ser, 
desligue os anúncios dos "7 passos", porque a paz não se faz passo a passo, 
ela É, ela ESTAR, 
é só o caso de você pra dentro resolver olhar.
Rasgue modelos e modelitos, 
pois a sua roupa é o modelo mais bonito.
Não importa a tecnologia do momento, 
pois nenhuma tecnologia vai ter a riqueza de comando 
e a beleza da comunicação que você tem por dentro.
Seja a PAZ que você sonha,
pois você é o sonho sonhado,
e merece o melhor ao ser despertado.
Pssiiiuuuu!!! 
Um minuto de silêncio!
Lembre das ondas no oceano, elas vem altas e quebram em grande barulho nas pedras da enseada.
Mas bem abaixo, no profundo misterioso do mar, tudo é calmaria.
O agito da imensidão é muito superficial, pois nas profundezas o que existe é beleza.
Acalme-se, Relaxe, Aquiete-se...
A festa só começa após o descanso.
Melhor que está agitado é ter um espírito manso.
A PAZ NÃO É LETARGIA,
TAMBÉM NÃO É DEMÊNCIA,
NEM SE CONSTITUI EM NADA FAZER,
E EM NADA DIZER.
A PAZ TEM SEUS FRUTOS,
E DELES NÃO ABRO MÃO,
ALEGRIA, FELICIDADE, RESISTÊNCIA, CRIATIVIDADE,
AMIZADE, AUTENTICIDADE E VONTADE DE LUTAR,
UMA LUTA BEM PACÍFICA,
UMA VIDA MAIS BONITA
UM OLHAR PSICODÉLICO
QUE RESPEITA AS DIFERENÇAS
PORQUE SEI QUE EU MESMA TENHO
A MARCA DA DIFERENÇA IMPRESSA EM MINHA MÃO.

ROSE LIRA

9 de janeiro de 2015

PORTA VOZ DE "DEUS" ME LIVRE!!!!

 Não somos todos iguais, nem temos os mesmos anseios, nem os mesmos gostos. Porém na essência temos as mesmas necessidades de sermos amados, aceitos, respeitados, acreditados. Temos vontade de ser felizes e de nos eternizar. O jardim é grande e as flores são variadas em tipos, cores, aromas e funções. Todo mundo sabe disso, mas nem todo mundo vive a partir do seu saber. Os inseguros de si mesmos querem uniformizar a vida como se um "jaleco seriado" tivesse o poder de carimbar o seu querer. Não há código de barras que embarreire a riqueza da singularidade. A vida plantada no jardim é diversa e não desavessa.
 E se só no jardim tivesse a vida sido plantada, ainda assim seria muito. Mas a vaidosa criação quis mais. Plantou vida nos céus, no fundo do mar, abaixo da terra e nenhum olho humano pode completamente a vida contemplar. Mas isso também todo mundo sabe. Porém, porque agir querendo dominar verdades se nem o seu próprio umbigo sabe controlar? Porque arrota discursos arrogantes, se colocando como trombeta viajante, se nunca seus pés saiu de seu planeta minúsculo, que roda "arrodiando" o grande cenário do obscuro. Triste de quem não sabe viver com a sua insignificância, entorta tudo, remonta os fatos, vê assombros, não sabe ser feliz e nem deixa quem se aproxima sorrir. Mata a sede bebendo ameaças, neurotizam vivendo como que perseguidos e expulsam o Amor quando este bate a porta. Não abraçam a vida sofrida porque não conseguem ver estrelas nem no céu, nem no mar. Não sabem ofertar buquês de beleza, porque só sabem se enfeiar. 
 Ahhh Oceano de mistérios, és tão profundo que mesmo se me aventurasse a mergulhar em teus assombros, os meus olhos não teriam capacidade de te abarcar. Toco em Ti, de leve, com as pontas de meus dedos. Toco em carinhos tremulantes, como quem teme acordar o acarinhado e no seu acordar meu carinho pode ser despertado e se dar conta que é apenas um grão de areia perdido na praia ao raiar do dia. Como eu ousaria, me diga, ser porta voz de tamanha honraria? Nunca! Uma vez em meus delírios pensei que seria, mas ao Teu toque a cura recebi, e até hoje padeço de amor, e amor que é Amor sabe que não tem voz que traduza esse imenso sentimento, pois simplesmente e somente tento, com um fio de minha vida, ser um leve reflexo, nos breves momentos em que teu Amor me irradia. 

 Melhor que ficar a falar bobagem por aí,  é tomar um café quente. Aquecer a língua arteira, e calar a arrogância certeira. Enchem a boca de "verdades", antes do nome amarram um título de vaidade, não têm coragem de assinar embaixo sobre nada que defendem, aí assinam o nome "DEUS" em documentos cheios de fraude, e diz que em nada há maldade, pois está tudo coberto pelo manto da santidade... tomemos café, pra ver se diante deste espetáculo dá pra continuar de pé.
 Não sei se foi pior em outubro com tanto discurso e politicagem imoral e desenfreada, tanta promessa mentirosa vomitada, ou se foi agora no final de ano, esse tanto de bajulação falsa, em torno de uma celebração montada para vender rabanada. 
Não preciso de cortinas nem de palcos,
deixe-me nua, 
com minhas próprias mãos cubro os meu seios, 
assino com uma tatuagem, minha vontade e meus anseios. 
SILÊNCIO CÉUS... QUIETA ROSAS... DESCANSA FLORES...
VAI ANDANDO DEVAGAR, 
COM PASSOS LONGOS E LENTOS É FEITO O TEU ANDAR.
VAI ANDANDO NO RITMO DO VENTO QUE EMBALAM AS FLORES DO JARDIM
POIS ENQUANTO O VENTO  ESPALHA O SEU PERFUME, 
ESTE MESMO VENTO FIXA O SEU PRÓPRIO PERFUME EM MIM.

ROSE LIRA

7 de dezembro de 2014

COLHEITA DE ESTIAGEM

Uma cadeira que embala é sempre bem vinda!
A gente senta, suspende as pernas com os pés descalços, reclina o corpo, apoia a cabeça nas mãos e temos a impressão que a cadeira passa a ter vida própria, um embalo que vai e vem sem nenhum esforço, sem nenhum alvoroço.
Lembro que em nossa casa tinha uma de madeira maciça que pertencera a meu avô materno. Que berço esplêndido! Que lembrança cara.
Uma boa lembrança é bálsamo em momentos difíceis.
Gosto de ocupar minha mente cansada com lembranças que me são gratas.
Embalar minha alma com situações amenas, com leveza de vida, com imagens que nunca serão esquecidas!
Certa vez, numa época como esta, na fazenda que pertencia à família, minha mãe resolveu fazer uma festa de Natal. Resolveu de rompante. 
A nossa localização era totalmente afastada de qualquer opção urbanizada. E mesmo sem ter onde achar os adereços natalinos, fizemos uma festa enfeitada.
Não tinha flores, nem árvore, nem bolas, nem luzes, mas minha mãe, da palha do milho fez flores das mais variadas cores. 
Cortou a palha, no fogo deu a forma, tingiu com tintas naturais, e as flores surgiram totalmente artesanais. 
A árvore foi toda feita de cabaças, de “cuias”, de sementes, de galhos dormentes e de presentes. 
Uma festa tipo outono, vinda de não sei onde. 
Sem flores e sem frutos colhemos a alegria, 
e sem comprar nenhum produto, 
de beleza nos fartamos, 
e sem tristeza celebramos!
Na falta de frutos e flores por vezes me angustio. 
Natural, quem não é igual?!! 
Não sou dada a positivismos ocos, frases de efeitos, ou adepta do pensamento redundante. Não tenho discordâncias por quem o faça. 
Mas prefiro uma construção pensada, maturada, refletida e bem trabalhada. Com certeza pode ser bem mais demorada. 
Mas que colheita linda e abençoada, é a colheita de uma plantação bem plantada. 
Enquanto isso... 
Faço flores das palhas esvoaçantes, colho sementes dos frutos de estiagem. 
E me preparo para a festa da colheita como alguém se prepara para uma viagem!
De lembrança em lembrança lavo minha mente das coisas que me mentem.
E as lembranças boas me fortalecem, me ajudam a percorrer a escada do presente.
Com certeza um degrau não é escalado com um esforço banal. 
Mas de que é feita uma vida?
... Se não de passos, paradas, subidas e descidas?
MINHA VIDA,
DE PASSOS ENTRETECIDA
DE CAMINHOS PALMILHADOS,
UNS ANDANDO
UNS A NADO.

 MINHA VIDA,
MINHA AMIGA DO PRESENTE
FEITA DE UM PASSADO... 
POR VEZES AUSENTE
POR VEZES CONTENTE...

 MINHA VIDA,
MINHA AMIGA DO AGORA
VOCÊ É VIDA, VIDA MINHA
TODA, INTEIRA E ENVOLVENTE  
VEM AO MEU ENCONTRO PERMEADA
DE UM FUTURO RELUZENTE!

ROSE LIRA

8 de novembro de 2014

PARTITURA DE POESIA...

 Tenho total consciência do meu estado inacabado
Isso me traz a flexibilidade para a reformulação perene
o desconforto de um estado de finalizações intermináveis
e recomeços infindáveis.
Revejo meus planos, sonhos e mente 
de dois em dois anos aproximadamente.
E aí me permito o talhar do meu viver
O podar dos meus anseios 
e o enfrentar dos meus medos.
Desnudo-me para ofuscar-me!
 Nada é enrijecido demais que não possa ser dobrado
E nada é flexível demais que não possa ser engessado
Nesse vai e vem do entrançado das fitas 
dos vínculos formados e entrelaçados
Nasce roupagem esculpida
de suor, de lágrima, riso e vida!
Visto-me para iluminar-te!
 Uma bela roupagem com estilo singular tem que ser exibida
E na construção dos adereços, reconstruo os endereços
Um salão com escadas vitorianas...
Para celebrar vitórias espartanas...
Descer as escadas como majestade anunciada,
E somente e unicamente por ti ser olhada...
Anuncio-me para honrar-me!
 E na festa iniciada
toda rigidez se desfaz
As certezas se inclinam
diante do Amor envolvente,
O peso se dilui
diante da leveza imanente.
O medo da inconsistência é nada 
diante do Amor existente. 
Equilibro-me para dar-te!
Melodia é a Vida
Pedra partida é a teimosia
Rocha esculpida é a identidade
Vestes Líquidas é o Amor
que toma a forma do corpo e da alma
da mente agitada e da calma
até que as notas se juntem em canção
e os corpos se unam em dança pelo chão
e entendamos que Partitura de Poesia
é a Vida a Dois construída todo Dia.
Danço para Amar-te!

ROSE LIRA

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