12 de março de 2014

MEU AMOR, MEU PRAZER!

 Crucifiquei-me sem pena e sem dó!
Prendi a mim mesma no madeiro para não voar.
Sem voar não seria presa.
Me prendendo, ninguém me prenderia.
Sem necessidade...
A cruz já teve o seu lugar...no passado!
A vida tomou-lhe a glória...
"Onde está teu aguilhão ó morte?"
 Desci do madeiro.
Mas as marcas me seguravam.
Marcas me lembravam de não esquecer.
e as cicatrizes falavam:
Rosas não voam!!
Elas falavam: os pássaros são feitos do material do madeiro...
Por isso madeiros são!
Me prendi em mim mesma.
A coleira da cólera me prendeu! 
 Mas um dia eu acordei.
Acordei quando cai em um alagado frio e espaçoso.
Que água fria...que lama curativa...
Nesse alagado encontrei a PAZ.
Ela sobrevoava e sinalizava.
Me falava: vem, vem que te farei voar.
Verás uma Criança nascer de uma Rosa,
E verás uma Rosa voar,
Larga-me, larga-se e livre serás!
 Levantei-me e andei, andei, andei...
E contemplei o horizonte!!!
Os pássaros de longe os vi, aos montes.
Enxotei-os.
Escutei seus cantos.
E descobri:
Não são feitos do madeiro.
São vivos...cantam...voam.
Talvez eu aprenda a voar também.
Farei das pétalas asas.
Dos espinhos enfeites.
E bela voarei...
Esperei...
A imagem do horizonte me marcou,
e no lugar das marcas de dor, tatuei desenhos alados.
Eles subiam pelas minhas costas tortas e diziam:
sonhe, sonhe!
Faça do madeiro um cajado.
e ande, ande, ande...
Pois na caminhada há um encontro,
Encontrarás a ti em ti,
E serás encontrada nele:
O pássaro alado!
 
 E o pássaro veio em seu voo rasante,
exatamente pelo horizonte.
De tão longe, de tão longe...se avistaram!

A Rosa e o Pássaro.

Ele sobrevoou,
Ela alçou seu braço.
Ele emitiu seu grito,
Ela o achou bonito.

Ele, 
O Pássaro pousou como folha que cai, 
pousou na palma da mão da Rosa como em pleno outono.

E ela, 
A Rosa, florou ao pouso do Pássaro, 
desabrochou como nunca dantes, fez-se primavera.
MEU AMOR, MEU PRAZER.

Meu pássaro me envolve em minhas madeixas,
ele me seduz, me introduz em enlaces novos.
Faz de meu corpo nu um santuário,
de minhas palavras espúrias um receituário.

Meu pássaro desenha o amor com maestria,
Me envolve, me abraça, me ensina, 
Me descobre em pura magia.

Ele se expõe aos poucos, 
desnuda sua alma...em calma,
Com reverência,
Revela-se em prudência,
Mas seu corpo...
esse tem muita urgência!

Meu pássaro me deixa encantada,
as vezes por tudo, 
as vezes por nada.

Nossos pensamentos se alinham,
nossos corpos se afinam,
nossos desejos se inflamam,
e nossos sonhos se amam!

Sinto-me 'empassarada',
voejante e colonizada,
descoberta e invadida,
saciada e amada!

Sem querer mais nada...

...Só meu pássaro desenhando,
Seu amor no papel do meu amor,
Seu desejo no corpo do meu ardor,
E seu saber no encontro do meu ser.
VOCÊ É MEU PRAZER!
 MEU PÁSSARO ME DESNUDA DAS VELHAS VESTES,
E ME VESTE DE NOVIDADE.
E EU, A ROSA, APRENDI A VOAR.
A VOAR PARA SUAS ASAS ALADAS.
REDUNDÂNCIA?
NÃO...CONCORDÂNCIA!
O AMOR É NOSSA DANÇA.

ROSE LIRA.

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