Ter filhos e filhas, há muito se sabe, é mais que gerar no útero um ser. Todos os meus filhos e filhas foram gerados não no útero ou no coração...mas em todo o meu ser desde minha juventude quando ansiei por tê-los.
Sim, porque quem nasceu do útero teve que ser adotado depois com todas as suas singularidades, e que singularidades!!!!
E quem não nasceu do útero chegou pelo ouvido ao escutar a voz que dizia: Esta é tua filha. Depois passou pela mente e pelo coração, até que me invadiu por inteiro e entendi que ser mãe é totalmente ser.
Com o tempo descobri que eu nunca poderia tê-los como queria, até porque quem pode possuir um outro ser que não seja você mesmo?
Pois é,...descobri que:
· acolher é mais que gerar;
· aceitar como eles são mais que amamentar;
· conviver mais que morar juntos e juntas, e;
· amar mais que uma palavra bonita pra definir bons sentimentos.
Nas fotos vemos minhas filhas. Vemos seus sorrisos, suas alegrias, suas belezas. Chegaram para me dizer que ser mãe não é um evento biológico, mas totalmente afetivo. Chegaram para cantar a música do amor em meus ouvidos. Para enfeitar o espaço vazio que havia em meu coração. Chegaram e ainda chegam todos os dias.
Minhas filhas são para mim um memorial da fidelidade de Deus, da beleza da criação e da minha adoção em Cristo - esta me trouxe a filiação que me permite chamar Deus de Pai ou Mãe.
Filhas que quebram paradigmas porque quantas vezes fazem o caminho ao contrário: cuidando de mim, me ouvindo e me ensinando.
Filhas que marcam minha alma a cada dia com um afeto rebuscado e espontâneo, construído com a fluidez da naturalidade que vem da convivência diária. Porque filiação não se faz com registro em papel, nem com fator genético, nem por obrigação. Filiação se constrói através da entrega, da confiança e da estabilidade de uma aceitação apesar de qualquer coisa e de qualquer situação.
Que Deus nos ajude a SERmos pais e mães!