29 de março de 2013

MEU AMOR TEM NOME...SENTE?

Um olhar de esperança esperneada, 
um tempo tão longo esperando uma resposta almejada, 
parece até que esse esperar foi colocado de propósito em meu olhar, 
nada o faz sair...
nem o querer, nem oração, nem petição, 
muito menos racionalização, 
essa então é como um buraco sem fundo, 
quanto mais penso nessa esperança, mais a racionalização dança...
e então, fico eu com meu olhar...
simplesmente a esperar!
Quem espera sempre alcança, diz o provérbio popular...
alcança o que minha filha? 
se o que se espera nem no horizonte se delineia, 
se o que se espera nem formato tem, 
nem sombra também, 
nem prenúncio ao longe, 
nem se ouve como um canto de monge, 
uma espera que não se nomeia, 
só se anela, 
suspira, 
inspira, 
e quando cansa, 
expira...
pura fadiga!
As vezes decido e desisto de esperar...
mas aí é que está...
ela não desiste de mim...
não sai, não vai, 
não pula do barco, 
não se afoga, 
não me pede divórcio, 
não me deixa nem no ócio...
espera arretada, 
desgraçada, 
encarnada, 
desaforada!
Um dia uma de nós duas se aparta...
ou eu te deixo...
ou você me deixa...
e pode ser porque uma de nós desista da outra...
ou porque você minha doce espera,
cumprirá teu propósito em minha vida...
minha linda lira!
As vezes eu também mergulho nela, 
fico imersa na espera, como quem diz: 
já que não posso desistir de ti e nem tu de mim, 
que me una de vez, 
que sejamos uma só...
eu, espera total, 
um ser esperança, 
um ser teimosamente insistente em esperar a esperança se concretizar...
um ser que anda para sua autoextinção...
uma esperança querendo que a sua própria essência acabe...
que a espera termine,
que o anelo cesse por ter sido saciado pelo amor anelado...
um círculo sem começo e sem fim,
um elo do anelo!
Já tentei tanta coisa para amenizar o tempo do momento
...sim...
o tempo de gerar...
o tempo de gestacionar...
meu ventre de esperança é cheio, 
ela flutua no seu líquido de fé, 
ligada pelo cordão do amor, 
uma esperança que nos últimos meses tem chutado bastante, 
esperneou, 
se mexeu muito em meu ventre grávido...
houve momentos até que ameaçou nascer...
e eu pensei que nasceria, 
fiz malinha, fui correndo a maternidade...rsrsrsrs....
alarme falso...
ainda não tinha chegado a hora....
voltei pra casa prenha,
pesada...dolorida...
com meus pés inchados de andar com todo esse peso em minha alma de esperança...
Deus meu, Deus meu, 
que linda deve ser essa criança que tanto luta para nascer, 
que tanto vive para viver...
um filho do meu anseio, 
para colocar em meu seio...
minha esperança!!!! 
quando você nascer vou poder te nomear, 
vou poder batizar, 
vou poder ninar, mimar, acalentar....
venha espera calada, 
venha chorar em meus braços de mulher que espera!
Quando tu chegares terás não um berço, 
mas um canto preparado pelo tempo do encanto, 
do pranto, do acalanto...
vem que tem um banco para nos aconchegarmos, 
uma música das marés para molhar nossos pés, 
um cesto de águas para secar nossas lágrimas...
almofadas para reclinares o corpo cansado do enfado, 
da espera que maltrata, 
da linda espera amada!
Faz tanto tempo que te espero, 
mas minhas pétalas estão como no dia que a espera começou a te amar,
mesmo sem saber o que devia esperar...
uma rosa que espera é como o perfume do capucho de algodão dentro de uma gaveta de roupas, 
não perde o aroma...
sente? 
Sintas, e não te mintas!

ROSE LIRA

15 de março de 2013

CAMINHO DE ESCOLHAS!

Com passinhos pequenininhos ia andando devagarinho,
Um ramo de flores nas mãos,
No Caminho de pés no chão,
Uma certeza carregava no coração!
Ai, veio uma garoa,
Uma chuva da boa!
Molhou meu vestido,
Encharcou meu viver,
Alagou minha estrada,
E então...não vi mais nada!
Depois a chuva passou,
O Caminho cheio de relva ficou,
Capins secos e arrancados,
Caminho estreito e molhado,
E meu coração dividido:
Os pés indo,
E o coração sentindo!
Em determinado momento cansei,
Cada passada me era pesada,
Carregava as dores dos passos,
Os pensamentos me geravam cansaço,
E nem lágrimas molhavam mais meu regaço.
Larguei-me,
Só,
Dó!
Quando acordei,
Olhei para o alto,
Nada vi,
Nada senti,
Nada amei,
Nada achei.
Mas embaixo de mim,
Mesmo sem ver,
Tinha escolhas por fazer!
Escolhi escolher,
Decidi decidir,
Porque Alguém já fez tudo por mim!
Cabe a mim sentar com o buquê da decisão na mão,
E o ramo de flores da escolha inicial no coração,
Porque a festa vai começar,
E a Caminhada continuar...

Rose Lira.

9 de março de 2013

PROCESSO CRIATIVO I

Desde criança gosto de artes, gosto de desenhos, imagens, cores, criações...
Gostava de aprender a fazer arte...rsrsrsrs!
Aprendi a ler sozinha em casa antes de ir para a escola...nem me peça explicação sobre isso, porque é apenas algo que se aceita e pronto!
Aprendi História da Arte, Desenho em Perspectiva, Pintura em Óleo sobre Tela, Vitrais, etc.
Via nas imagens que criava uma linda forma de expressão...não a única...mas apenas uma delas!
Nunca fui de me isolar por causa dessa veia artística...ao contrário...era o convívio com o outro e com o próximo que me inspirava a criação de um novo desenho...de uma nova expressão!
 Acho maravilhoso o processo criativo. 
Vou tentar descrever como acontece comigo, já que cada pessoa tem seu próprio jeito de criar:
- Olho para mim...
sonho...
idealizo...
crio a imagem...
tento esboça-la....
interajo com o exterior...
trago novas percepções...
desenho a criação com a Criação olhando e dando seus palpites no processo criativo.
Mas uma coisa é bastante clara: 
Eu não sou a criação e ela não sou eu...
A criação leva com ela meus traços e eu trago seus traços comigo...
uma relação de troca tremendamente rica!
Bacana é o momento quando nós começamos a nos relacionar.
Tento me colocar em seu lugar..
.e trago ela para o meu lugar...
porém, tentando deixar bem delineado, sobre onde encontra-se a imaginação 
e onde está o lugar da realidade.
Você pode até perguntar: Como saber sobre isso?
É simples: 
Ela mesma, a criação, sinaliza seu 'baixo/alto' poder na realidade, 
aí cabe a sua capacidade de percepção ouvi-la. 
Trazer para a realidade somente aquilo que a criação pode fornecer de contribuição para Vida.
O que passar disso é ilusão e teoria narcísica!
Ouvir a criação é ouvir-se!
Para saber o que é, e o que não é, é preciso saber QUEM se é!
Ser capaz de nadar no seu oceano: 
saber a temperatura das águas, 
a geografia da praia, 
a força das ondas.
Saber que em seu Oceano há também profundidades que nunca serão alcançadas...
então deixe-as lá...
quietas em seus abismos...
não foram feitas para serem exploradas por simples mortais...
mas para se darem Aquele que conhece Sua própria Criação: O Autor da Vida!
Visite esse oceano, 
descanse pairando sobre a sua escuridade, 
lave e enxague sua identidade, 
esboce seus sonhos, 
receba as influências que trazem paz mesmo em meio as incertezas....
e depois disso....
veja o que da criação é você...
e o que da criação, a partir de agora, fica em você...
isso se chama REALIDADE!
O REAL É TIDO COMO AQUILO QUE EXISTE FORA DA MENTE OU DENTRO DELA TAMBÉM.
O fato de não ser como você pensou que seria ou era, não quer dizer que não seja real.
Deixe que os pombos pousem em seus desenhos trazendo em seus bicos um ramo de oliveira,
porque por mais que você não veja terra firme, ela está lá, está realmente lá.
Você pode pegar do seu imaginário criativo uma porção bastante generosa da realidade.
Por isso Deus é meu Pai!
Ele toca músicas para que eu possa ACORDAR NOS BRAÇOS DA IMAGINAÇÃO.
O seu violino são os pássaros que cantam toda manhã na caixa do ar condicionado (quebrado) do meu quarto...ele virou casa de passarinho...se os pássaros não usassem a imaginação não teriam uma casa no ar condicionado!
Deus vela por mim apesar de toda teologia!
Ele é meu amigo apesar de mim mesma.
Quando eu fico a olhar pela janela da minha alma, Ele me diz:
"Olha minha filha, olha pela janela, porque eu serei a porta por onde passará o que estás avistando ainda tão distante!
Tu és Rose....mas Eu Sou Deus!"

ROSE LIRA





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